quarta-feira, 23 de abril de 2008

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o suicídio ceifa a vida de 1 milhão de pessoas por ano, mais que o número total de mortes por guerra e violência urbana por ano. Além disso, a questão do suicídio preocupa os pesquisadores em virtude das mudanças no perfil do suicida: cada vez mais jovens estão liquidando a própria vida.
Ondas de suicídios entre jovens não são raras na História Ocidental. Mas, ao contrário dos seguidores setecentistas do jovem Werther, do livro homônimo do escritor alemão J.W. Goethe, os desenlaces amorosos não estão entre os principais motivos que levam adolescentes e, inclusive, crianças a interromper a existência neste início de século.

Segundo enquete realizada entre 402 menores de 11 a 17 anos peruanos, 42.9% dos jovens de diversas condições econômicas da Grande Lima, capital do Peru, apontam o fato de não se sentir querido pelos pais como razão suficiente para o suicídio. As decepções com os companheiros aparecem como causa para o ato em 11.1% dos entrevistados.

"Desta maneira, as respostas revelam como a crise e a desestruturação familiar e a qualidade das relações no núcleo da família incidem desfavoravelmente no comportamento de garotos, meninas e adolescentes que, ao não encontrar amor, carinho, compreensão, valores e sentido para a vida, buscam no suicídio uma `alternativa de solução`", comenta a organização Ação pelas Crianças, promotora da pesquisa.

A entidade crê ser preocupante o dado de que 15.7% dos pesquisados acredita que existem razões válidas para desejar a morte, sendo a principal a citada rejeição parental, seguida dos problemas econômicos (15.9%). Quando perguntados sobre porquê outros jovens tiram a vida, as declarações se centram nos problemas familiares como medo dos pais ou temor de ser pego por eles (26.4%), não receber amor dos pais (23.6%), ou se sentir como uma carga para suas famílias (19.4%).
Quando estão tristes, a maioria dos jovens encontram refúgio na música (26.4%) ou, simplesmente, se entregando ao choro (18.2%). Esta tristeza se converteu em pensamento suicidas em 8.5% das crianças e adolescentes peruanos, sendo que 2.2% passaram da idéia à tentativa, números que a organização de apoio ao público infanto-juvenil considera como "significativo". Com estes indicativos, a entidade espera chamar a atenção da sociedade para os fatores que conduzem seres ainda em formação à mudanças emocionais que terminam em depressão e morte.

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Essa reportagem mostra as consequências que a desestruturação familiar pode causar principalmente aos jovens, que nessa fase necessitam de um apoio maior e uma orientação mais direcionada.
A partir dos ensinamentos que recebemos de nossos pais durante a vida é o principal fator que nos guiará a sermos pessoas de valores ou não.

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